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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Sobe número dos que não trabalham nem procuram emprego, diz IBGE

SERÁ QUE O BOLSA FAMÍLIA TEM HAVER COM TUDO ISSO?


Sobe número dos que não trabalham nem procuram emprego, diz IBGE
 A Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou um quadro estável no mercado de trabalho - taxa de desemprego de 5,2% - mas apontou para o claro aumento da população não-economicamente ativa, aqueles que não trabalham e que não estão procurando emprego, que somou em outubro um total de 18,4 milhões de pessoas.

Na comparação com outubro de 2012, foi um aumento de 3,5%, significando mais 623 mil pessoas que não trabalham nem estão à procura de emprego.

“A população inativa é, sobretudo, composta por jovens e idosos. Não trabalha, não estuda e não procura. Tem boa parte dessa população com idade de 18 a 24 anos, mas não posso atribuir isso (o aumento na inatividade) integralmente a esse contingente de jovens. A gente sabe que a taxa de desemprego é maior entre eles”, ressaltou a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento, Adriana Beringuy.

Adriana explica que essa situação ainda tem que ser estudada uma vez que nesse grupo dos não-economicamente ativos, que totaliza 18,4 milhões, a maioria de 16,7 milhões é composta por um subgrupo de pessoas que não têm interesse em ingressar no mercado de trabalho e recusariam uma oferta de emprego que surgisse. Esse subgrupo em outubro aumentou 4,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em setembro, o índice foi de 3%.

Segundo Adriana, o subgrupo dos que estão no desalento, aqueles que após muita procura de empregro desistiram da busca, vêm diminuindo. Para ela, resta saber ainda, com futuras pesquisas, para onde essa população vai migrar: se vai tentar a volta ao mercado ou engrossar o grupo dos que não trabalhariam nem que houvesse chance. Ela também não tem explicações para o comportamento desse grupo.

"Os números efetivos do desalento estão reduzindo. As pessoas que perderam a expectativa de conseguir uma vaga no mercado têm diminuido. O que aumenta são pessoas que não trabalham nem gostariam, talvez por condições econômicas", diz ela.

Nesse grupo podem ser consideradas mlheres que optaram por assumir o papel de dona de casa de forma integral, estudantes, pessoas que se preparam para concursos públicos, por exemplo.

Mercado estável

O recuo na taxa de desemprego em outubro, de 5,2% ante os 5,4% registrado em setembro, configuram um cenário de mercado de trabalho estável, Adriana.

Ela explicou que todos os ramos de atividades mostraram quadro estável também com exceção do comércio que mostra tendência de alta com 164 mil novos trabalhadores no setor em outubro. Mas a técnica diz que esse aumento ainda não pode ser atribuído às contratações de temporários para o Natal, o que só poderá ser confirmado após as pesquisas de novembro e dezembro.

Outra tendência que vêm se confirmando ao longo dos meses em 2013 é a queda no número de trabalhadores domésticos: comparando com outubro de 2012, são menos 127 mil empregados na área, com rendimento 1,4% maior, na mesma comparação. Isso porque, os trabalhadores desse segmento estão partindo para outras opções de trabalho mais qualificadas e mais bem remuneradas, segundo o IBGE, principalmente entre os empregados mais jovens.

A indústria continua demitindo, mas em grau ainda não relevante em termos estatísticos, segundo Adriana. O segmento demitiu 90 mil em outubro, com queda também no rendimento médio, de 0,6%, na comparação com a renda registrada em setembro. Segundo Adriana, a ocupação na média da indústria nos dez primeiros meses de 2012 foi de 0,2%; já a mesma média em 2013 ficou em 0%.

"A indústria não está gerando postos. A indústria efetivamente teria que estar ofertando produtos para o comércio, se formos nos basear apenas no efetio calendário, com a proximidade do Natal. A indústria não reprisa comportamentos anteriores, mas não temos como avaliar o impacto na empregabilidade. O comércio e os serviços têm absorvido grande parcela de trabalhadores", disse Adriana.

G1

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