A única exigência é o tamanho: que seja pequeno. O resto vai da ousadia e do desprendimento de quem veste. Tem a versão ostentação e banhada a ouro, tem a que exige uma depilação radical e tem a de vergalhão, material comumente usado na construção civil (o criador assegura: confortável e funcional). O tapa-sexo é a estrela por trás (e por baixo) das musas do carnaval 2015. Quanto menor a extensão, maior a repercussão. O campeão, até aqui, é um prodígio da discrição: ostenta contidos e providenciais 2,5 cm de largura.
"Eu costumava usar o tapa-sexo de 5 centímetros, mas neste ano eu vim com um só de 3", disse Andreia Martins, musa da Unidos de Padre Miguel. Ela desfilou neste sábado (14) pela Série A do carnaval do Rio. "Ano que vem a gente tenta um de 2 [centímetros]", prometeu.
Existem essencialmente duas técnicas para se usar um tapa-sexo: ou se cola ou se encaixa. Andreia, por exemplo, colou. Mas e para tirar? "Com todo cuidado: [uso] óleo mineral, vai tirando bem devagarinho", afirmou. Em 2008, a modelo Viviane de Castro, da São Clemente, recorreu a Super Bonder. Não há detalhes sobre como ela se livrou do adereço.
Já o tapa-sexo do vergalhão, usado neste sábado (14) no Rio por Elo Santos, musa da Renascer de Jacarepaguá, é "encaixável". "Ele dá uma pressão que a pessoa pode sambar e não cai", assegurou o criador da peça, o produtor Kiko Alves.
O tapa-sexo é um bem necessário, está nas regras do jogo. Diz o regulamento da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (Liesa), artigo 26, inciso V: "[é obrigatório] impedir a apresentação de pessoas que estejam com a genitália à mostra, decorada e/ou pintada". Se algum desinibido desfilar pelado, a escola é punida: perde 0,5 ponto. É assim desde 1990. O veto da Liesa foi motivado por Enoli Lara, primeira mulher a cruzar a Sapucaí totalmente nua.
Em 1992, ocorreu uma punição. O ator Torez Bandeira desfilou pela Beija-Flor apenas com um esparadrapo, mas ele perdeu o artifício em algum momento - e a escola perdeu pontos.