Imagem da 98 Fm da presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) a subtenente Márcia Carvalho |
A presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) a subtenente Márcia Carvalho (14) criticou o Governo do Estado do Rio Grande do Norte em entrevista ao 12 Em Ponto 98 durante entrevista concedida a FM 98 na quarta -feira dia 14 de Abril.
Em cinco dias 3 policiais foram assassinados e outros 2 ficaram feridos a tiros no Rio Grande do Norte, o último caso aconteceu no início da noite desta terça-feira (13 de Abril), o cabo da Polícia Militar Gustavo Pinheiro de Andrade de 39 anos morreu após ser baleado em um assalto a uma loja na avenida Roberto Freire, na zona Sul de Natal. A presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN) a subtenente Márcia Carvalho (14) criticou o Governo do Estado em entrevista ao 12 Em Ponto 98 desta quarta-feira (14) em relação as ações para combater os crimes contra os agentes de segurança. A subtenente também lamentou a morte dos 3 policiais nos últimos dias.
“Gostaria de lamentar a morte dos nossos companheiros e dizer que quando um operador de segurança pública é atacado, é atacado também o Estado e a sociedade diretamente. A gente não pode esquecer que esse policial não é só uma estatística, ele teve anos de dedicação a sociedade”, disse.
A subtenente criticou a ação do Estado na assistência aos profissionais de segurança do Estado. Segundo Márcia apesar do Governo prover a estrutura material, falta valorização dos agentes e atenção a saúde mental dos policiais.
“O Governo não está preocupado com o policial, está preocupado em colocar o policial na rua. Até melhora a estrutura material, mas e a valorização profissional do policial? Cadê a questão da saúde mental que não é trabalhada? Existem outros fatores que precisam ser trabalhados além do material, além do armamento que recebe e uma viatura nova”, pontuou Márcia.
Ainda na noite da terça-feira (13), a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) determinou empenho ao Núcleo de Investigação Policial de Mortes de Agentes de Segurança Pública (NIMAS) para que sejam adotados todos os procedimentos necessários para uma resposta rápida e eficaz, com a identificação, localização e prisão dos responsáveis pelas ocorrências contra os policiais. A Secretaria esclareceu que o NIMAS foi criado em 2019, já na atual gestão, e que está vinculado à Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. A subtenente falou também sobre a ação do NIMAS.
“Desde 2019 que esse núcleo foi criado, só que efetivamente não foi elucidado nenhum caso por esse núcleo”, disse Márcia.
Durante a entrevista a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED) emitiu uma nota dizendo que grande parte dos suspeitos de envolvimento com as mortes de policiais ocorridas este ano no RN já foram presos ou identificados. O titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Márcio Lemos ressaltou que as investigações estão avançadas, mas que prefere não entrar em detalhes para não prejudicar o andamento dos trabalhos.
Márcia criticou também as punições dadas aos criminosos, segundo ela, a Polícia Civil prende os suspeitos mas eles acabam sendo liberados após a audiência, ela disse que um dos fatores que facilita essa liberação são os presídios superlotados que não comportam receber novos detentos.
“Essas leis estão brandas, favorecem a impunidade, o assaltante entrou com a cara limpa, não fez questão nenhuma de esconder a identidade dele, porque ele sabe que vai para uma audiência de custódia e amanhã será liberado”, disse.
Violência contra policiais no RN
De janeiro até o dia 13 de março, quatro policiais militares do RN e um policial civil da Paraíba foram mortos, além de outros dois PMs potiguares que ficaram feridos, todos vítimas de assaltantes.
O caso mais recente aconteceu na noite desta terça-feira (13) no bairro Capim Macio, na Zona Sul de Natal. O cabo da PM Gustavo Pinheiro de Andrade, de 39 anos, estava em uma loja de aparelhos celulares quando foi abordado por um assaltante. O bandido percebeu que Gustavo estava armado e o agarrou. Houve luta e o policial acabou baleado. Gustavo ainda foi socorrido ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ele trabalhava no 5º BPM. A Polícia Militar informou que o criminoso foi identificado graças às imagens do circuito interno de vigilância do estabelecimento e ele continua sendo procurado.
Na segunda-feira (12) um policial militar foi baleado de raspão na cabeça após reagir a um assalto no bairro de Lagoa Nova, também na Zona Sul da capital potiguar. O PM, que é lotado na Companhia Independente de Prevenção às Drogas (Cipred), foi socorrido, atendido e logo liberado. O bandido fugiu, mas também já foi identificado.
No sábado (10), a vítima foi um policial civil da Paraíba, morto em um assalto no bairro Pitimbu, que também fica na Zona Sul de Natal. Cleverson Luiz Fontes, de 45 anos, trabalhava há seis anos na Delegacia de Mulher em Mamanguape, mas morava na capital potiguar. Ele saía da casa de familiares quando foi abordado por assaltantes e baleado. Dentro do carro do agente, os ladrões viram que havia uma arma e um distintivo policial. Foi quando os bandidos tiraram Cleverson do veículo e atiraram nele. Na fuga, os criminosos bateram o automóvel no bairro Cidade Nova, na Zona Oeste da cidade. Dois foram presos e autuados em flagrante.
Na sexta-feira (9), um sargento do Batalhão de Choque da PM foi baleado durante um assalto que aconteceu no cruzamento das avenidas Romualdo Galvão e Antônio Basílio, em Lagoa Nova, onde ele foi abordado. Os criminosos se aproximaram em uma moto e o renderam, sem saber que ele era policial. Ao perceberem que estava armado, atiraram contra ele. Um dos tiros transfixou o tórax do sargento, e outro tiro ficou alojado na parte de trás da cabeça. O PM foi socorrido, medicado e se recupera bem dos ferimentos. Já os bandidos, fugiram com a moto e a arma do sargento. No início desta semana, a motocicleta e a arma do PM foram encontradas enterradas em uma área de dunas no bairro de Mãe Luíza. “Os criminosos também já foram identificados e presos”, destacou o comandante-geral da PM, coronel Alarico.
Na quinta-feira (8), em Mossoró, na região Oeste potiguar, a vítima foi o cabo da PM Francisco Marcolino Sobrinho, de 44 anos. Ele estava de carro, próximo da casa de um parente, quando foi abordado por dois assaltantes. O policial reagiu ao assalto, mas acabou baleado na cabeça. O cabo Marcolino foi socorrido, mas teve a morte cerebral confirmada dois dias após ser internado. A Polícia Militar informou que um dos suspeitos de ter participado do latrocínio (roubo seguido de morte) do cabo Marcolino morreu em confronto armado com a PM na tarde desta terça-feira (13). Foi durante uma diligência na cidade de Itaú, também no Oeste do estado. Um segundo assaltante também morreu no confronto, mas ainda não há informações se ele também teria participação no crime que vitimou o policial. No local onde os dois bandidos estavam, os policiais apreenderam armas, drogas e celulares. Três mulheres também foram apreendidas na mesma operação.
Na noite de 4 de março, o sargento da PM aposentado Neuton Alves, de 56 anos, foi morto durante uma troca de tiros com assaltantes em um parque eólico de São Miguel do Gostoso, no litoral Norte potiguar. O PM trabalhava como vigilante do parque eólico, junto com outro policial, quando um grupo de assaltantes armados invadiu o local. O sargento aposentado reagiu e entrou em confronto com os bandidos, mas foi atingido e morreu. A PM confirma que pelo menos dois dos criminosos já foram identificados e são procurados pela polícia.
O primeiro agente de segurança vítima de assaltantes este ano foi o cabo reformado da Polícia Militar Haroldo Cavalcanti Gomes, de 52 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 8 de janeiro em Maxaranguape, município do litoral Norte. Segundo a Polícia Militar, Haroldo foi reformado por ter problemas de coração. A Polícia Civil investiga o caso.
FONTE RÁDIO 98 FM Natal -RN.
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