Os sinais na praça política da Paraíba indicam espaço para o lançamento de, pelo menos, quatro candidaturas ao governo do Estado, de acordo com as tendências ideológicas.
Na primeira raia, de centro-esquerda, vem o governador João Azevedo, que foi amplamente esnobado pelo ex-presidente Lula, apesar de ter a maioria da executiva estadual do PT.
O que é muito, mas não suficiente. Ninguém desconhece a ligação de Lula com o ex-governador Ricardo Coutinho que, certamente, dará a última palavra sobre o palanque do ex-presidente na Paraíba. E Ricardo Coutinho tem tratado João sempre como “traidor”. Como candidato natural à reeleição, e estando no poder, parte na dianteira.
Na segunda raia, há espaço para uma oposição de centro-direita que, a preço de hoje, seria o deputado Pedro Cunha Lima, depois da desistência do ex-prefeito Romero Rodrigues.
Pedro já era um dos nomes lembrados, ainda quando Romero estava no páreo. Agora, no vácuo que se criou, vai caber ao deputado tentar conciliar posições e se consolidar como candidato viável, ancorado na força do ex-senador Cássio Cunha Lima, que segue como uma das grandes lideranças do Estado.
Numa terceira raia, certamente há espaço para uma candidatura mais à direita, ou, bolsonarista. E já há um pretendente, que é o deputado Cabo Gilberto, um dos aliados mais fiéis do presidente Bolsonaro.
Cabo Gilberto vai precisar operar para mostrar viabilidade de sua pretensão, para não se tornar um candidato pró-forma, apenas para garantir um palanque a Bolsonaro. As forças bolsonaristas no Estado já estiveram num melhor momento, mas não se pode subestimar uma militância que é muito aguerrida.
Numa quarta raia, teríamos um candidato à esquerda, aquele que precisará ter o DNA lulista. Dois nomes tem sido especulados: o senador Veneziano Vital do Rego e o ex-prefeito Luciano Cartaxo.
Veneziano tem promovido um movimento pendular, ora demonstra que será candidato, ora reafirma apoio a João Azevedo. Mas, pelo se diz nos bastidores, se Lula conseguir convencer a indicar a senador emedebista Simone Tebet a ser sua vice, a tese da candidatura irá ganhar tração. A conferir.
No caso de Cartaxo, ele próprio já admitiu que poderá ser candidato. Mas, irá precisar passar credibilidade de sua postulação, que ficou abalada desde que desistiu de disputar o governo em 2018, deixando as oposições em péssima situação para enfrentar o então candidato João Azevedo. Também a conferir.
Por fim, haverá as opções de partidos como PSTU, PSol e PCO, que, por tradição, também apresentam candidatos em praticamente todas as eleições, mesmo com poucas chances eleitorais.
BLOG HELDER MOURA
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